O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha genealogia, minha certidão de idade, meu endereço.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O faminto Amor devorou tudo que havia em mim.
O amor roeu minha infância na maturidade.
Roeu a menina que ficava aos cantos,
Que riscava livros, mordia lápis, chutava pedras.
O faminto Amor devorou tudo que havia em mim.
O amor comeu minha paz e minha guerra;
Meu dia e minha noite;
Meu inverno e meu verão;
Meu silêncio e meu grito;
Meu medo da vida e da morte.
Jérssica Caroline Souza Santos
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