Serra Talhada, 28 de dezembro de 2011.
Querida amiga. Quanta saudade eu sinto de sua companhia. Nossa convivência não tem sido mais a mesma desde que nós terminamos o ensino médio. Espero que você esteja bem, ao contrário de mim. Hoje não foi um dia muito fácil. Aliás, os meus dias não tem sido. Há uma confusão de sentimentos dentro de mim, se é que eles existem. Acho que "Ele" tem me deixado assim, ou ate mesmo, a ausência dele. Não sei o porquê deles nos deixem tão sem respostas. Tenho esperado desde setembro, qualquer movimento, atitude que me deixe sem defensiva. Queria ter o dom de amar sem a necessidade de ser correspondida. As coisas seriam mais fáceis. Sinto-me fria, rígida, como uma pedra. O pior de tudo é saber que tudo o que eu falei um dia, está sendo usado contra mim. As pessoas duvidam do que eu posso sentir, acreditaram mesmo que eu dei um fim aos meus relacionamentos. Eu dei, mas não da forma que eu queria, eu dei antes deles perceberem, eu não consigo amar. Hoje, minhas prioridades de fato são outras, mas isso não tem feito o bem que eu esperava. Estou mentindo pra mim mesma. Queria um final de semana, com alguém que eu aceitasse o seu jeito, que não me incomodasse seus defeitos, porque eu os suportaria e acharia graça neles. Eu sei como é amar, sei como isso funciona, mas a razão tomou conta de qualquer sentimento que podia sentir. Quero apenas ser a mulher mais forte desse mundo, quando na verdade nasci pra ser a mais gentil. Então, quem pode ter roubado isso? Toda a ternura que eu fui um dia. Ou será que isso é o ‘’crescer’’ que o mundo tanto fala? Então quero voltar a ser criança, quero odiar o meu inimigo e depois amá-lo, porque o que eu sentia não era ódio, era raiva de mentirinha, e ele não era meu inimigo, era o meu melhor namorado.
Beijos, com ternura.
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